Nova Versão Transformadora (NVT)

A Nova Versão Transformadora (NVT) é uma tradução bíblica em português, lançada em 2016 pela editora Mundo Cristão.

Conheça na nossa seção de perguntas e respostas as características dessa tradução.

O processo de elaboração da Nova Versão Transformadora iniciou-se em 2010, com um comitê de tradução formado por especialistas nas línguas originais e revisores de estilo e gramática, sob a coordenação inicial de Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, doutor em Hermenêutica e Exposição Bíblica pelo Dallas Theological Seminary.

Após seu falecimento, a coordenação foi assumida pelo prof. Estevan F. Kirschner, doutor em Novo Testamento pela London School of Theology. A versão final foi publicada em 2016.

Para o Antigo Testamento da NVT, foram utilizados o Texto Massorético, a Septuaginta, os Manuscritos do Mar Morto, o Pentateuco Samaritano, a Peshitta Siríaca, a Vulgata Latina e outras versões. Para o Novo Testamento, utilizaram-se as edições clássicas do Novo Testamento em grego: o Greek New Testament da United Bible Societies e o Novum Testamentum Graece de Nestle-Aland.

Os tradutores da NVT se propuseram transpor com clareza a mensagem dos textos originais das Escrituras para o português contemporâneo. Ao fazê-lo, levaram em consideração aspectos tanto da equivalência formal como da equivalência dinâmica. Isto é, traduziram o original do modo mais simples e literal possível quando essa abordagem resultou num texto acessível e preciso. Em contrapartida, buscaram uma abordagem mais dinâmica à mensagem quando a tradução literal era de difícil compreensão, ambígua ou exigia o uso de termos arcaicos ou incomuns.

Segundo os editores, o trabalho de tradução da NVT buscou oferecer um texto que pudesse ser entendido com facilidade por um leitor típico da língua portuguesa contemporânea. Assim, procurou-se usar apenas vocabulário e estruturas gramaticais de uso comum nos dias de hoje. Para isso, houve:

  • Conversão de pesos e medidas antigos (p. ex., “efa” [unidade de medida de secos] ou “côvado” [unidade de comprimento]) para equivalentes contemporâneos em língua portuguesa, com notas de rodapé trazendo as medidas literais em hebraico, aramaico ou grego.
  • Esclarecimento de linguagem metafórica. Por exemplo, em vez de: “Seu pescoço é como a torre de Davi” (Ct 4.4), traduz-se por: “Seu pescoço é belo, como a torre de Davi”, a fim de esclarecer o sentido positivo pretendido pela símile.
  • Atualização de termos teológicos convencionais, com o intuito de resgatar o sentido mais próximo dos conceitos originais. Em lugar, por exemplo, de “evangelho” ou “justificar”, usaram-se traduções como “boas-novas” e “declarar justos”.
  • Uso de linguagem inclusiva, sem desrespeitar a natureza do contexto antigo e, ao mesmo tempo, procurando tornar a tradução mais clara para o público atual. Assim, em vez da tradução tradicional “homem” como sinônimo de espécie humana, optou-se por “seres humanos” ou “humanidade”, dentre outras escolhas.

Além disso, mais de 4.000 notas de rodapé indicam possibilidades de tradução, variações textuais, referências cruzadas e informações contextuais de ordem cultural, geográfica e histórica.

Na NVT, todas as ocorrências de ‘el‘elohim ou ‘elah foram traduzidas como “Deus”, exceto nos contextos que exigem a tradução “deus(es)”. Em geral, traduziu-se o tetragrama (YHWH) como “o SENHOR”, usando fonte versal/versalete, comum nas traduções em português. Essa tradução o distingue do nome ‘adonai, que foi traduzido como “Senhor”.

No Novo Testamento, o termo grego christos foi traduzido como “Cristo”, com uma nota de rodapé na primeira ocorrência do termo em cada livro trazendo o texto: “Ou Messias. Tanto Messias (do hebraico) como Cristo (do grego) significam “ungido”. O termo grego kurios, por sua vez, é sempre traduzido como “Senhor”.

A escolha entre a Nova Versão Internacional (NVI) e a Nova Versão Transformadora (NVT) depende de vários fatores pessoais e do que você busca em uma tradução bíblica. Aqui estão algumas diferenças chave para ajudar na comparação:

Linguagem e Legibilidade:

  • NVI: Utiliza uma linguagem contemporânea e acessível, visando alcançar clareza sem sacrificar a profundidade do significado original. É conhecida por sua abordagem equilibrada, tornando-a adequada para uma ampla variedade de leitores.
  • NVT: Adota uma linguagem ainda mais atualizada e coloquial em comparação com a NVI. A NVT foi desenvolvida para ser extremamente legível e se comunicar com o público moderno de forma muito direta, o que pode ser particularmente atraente para novos leitores da Bíblia ou para aqueles que buscam uma leitura mais fluida.

Fidelidade ao Texto Original:

  • NVI: Mantém um equilíbrio entre a fidelidade aos textos originais e a clareza no idioma-alvo, utilizando uma abordagem de tradução dinâmica ou funcional. Isso significa que, enquanto procura ser fiel ao texto original, também visa ser compreensível para o leitor contemporâneo.
  • NVT: Enquanto também busca ser fiel aos manuscritos originais, enfatiza a clareza e a aplicabilidade no contexto atual. A NVT pode usar uma liberdade maior na expressão de conceitos para garantir que o significado seja claro para o leitor moderno.

Abordagem de Tradução:

  • NVI: Utiliza uma metodologia que tenta manter um meio termo entre a tradução literal e a paráfrase, procurando sempre que possível manter a estrutura original enquanto atualiza a linguagem.
  • NVT: Tende a favorecer uma abordagem mais dinâmica, muitas vezes optando por uma forma de expressão que, embora fiel ao sentido original, pode afastar-se mais da estrutura direta dos textos antigos para garantir a compreensão e a relevância cultural.

Uso e Preferência:

  • NVI: É amplamente aceita e utilizada em diversas denominações cristãs, ideal para estudo bíblico, pregações e leitura devocional.
  • NVT: Devido à sua linguagem mais acessível e atual, pode ser particularmente atraente para jovens, novos cristãos, ou pessoas que buscam uma abordagem fresca e moderna dos textos bíblicos.

Conclusão:

Não existe uma resposta definitiva sobre qual é “melhor” entre a NVI e a NVT, pois isso depende das necessidades, preferências e do contexto de leitura de cada indivíduo. Se você prefere uma tradução que mantenha um equilíbrio entre a clareza moderna e a fidelidade ao texto original, a NVI pode ser mais adequada. Por outro lado, se você está buscando uma leitura mais fácil e uma linguagem altamente contemporânea, a NVT pode ser a escolha certa. Recomenda-se experimentar ambas as versões para determinar qual delas atende melhor às suas preferências pessoais e necessidades espirituais.

A Nova Versão Transformadora (NVT) é considerada adequada para estudo bíblico, combinando clareza linguística com fidelidade aos textos originais. Ela oferece uma tradução que equilibra a equivalência formal e dinâmica, tornando-a útil tanto para leitura devocional quanto para estudo sério. A inclusão de notas de rodapé e referências cruzadas adiciona valor para estudos aprofundados. Contudo, como em qualquer tradução, a consulta a diversas versões e estudos complementares é recomendada para uma compreensão mais ampla

A NVT é considerada uma boa tradução para muitos devido à sua linguagem contemporânea e acessível, mantendo um equilíbrio entre fidelidade aos textos originais e compreensão para o leitor moderno. Ela é adequada para estudo bíblico e leitura devocional, embora a escolha da tradução possa depender das preferências pessoais e do contexto de uso​

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